Momento de Transição

Setor gráfico passa por transições 

 A indústria gráfica passa por um momento de transição. Aumento do número de gráficas rápidas, com impressão digital, e o uso da tecnologia são os fatores apontados pelos empresários

Rochelle Pouchain, da gráfica Pouchain Ramos, teve seu pior faturamento em 2012
No ano passado Rochele Holanda tinha em cima de sua mesa cerca de 20 agendas nesta época do ano. Diretora comercial da Gráfica Pouchain Ramos, ela recebia o brinde dos fornecedores. Este ano foram são somente duas agendas e nem mesmo a própria gráfica fez o item para seus clientes. De acordo com a executiva, houve uma queda muito grande no mercado gráfico, que está passando por uma readaptação. “São muitas gráficas para pouco serviço”, avalia.

Segundo Rochele o ano passado não foi tão ruim por causa das campanhas políticas, que movimentaram as gráficas da cidade, mas ainda assim o ano de 2012 foi o pior em termos de faturamento. Ela aposta no crescimento das gráficas rápidas como justificativa para a queda no movimento. “Não acho que seja a chegada da tecnologia que fez com que as pessoas migrassem do papel”, opina. A executiva conta que recebia diariamente um grande número de e-mails de clientes cobrando as agendas no início do ano. Eles estavam acostumados a ganhar o mimo e estão sentindo falta.

Renato Bonfim não vê queda no mercado. Ele é representante da Tip Brindes há 43 anos. “Quando chegaram as agendas eletrônicas, iPads, iPhones todos ficaram preocupados, mas a cada ano vendemos tudo e aumentamos a tiragem”, afirma. Ele prefere não falar em cifras, mas revela que a Tip cresceu 12% no ano passado e a empresa dele, aqui em Fortaleza, teve crescimento de 8,5%.

Concorrência
O presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado do Ceará (Sindigraf), Eulálio Costa, aponta tanto as pequenas gráficas, como a migração para tecnologia como justificativas para o momento ruim que o setor enfrenta. “Estamos num momento de transição econômica e algumas transições tecnológicas”, explica.

Ele acredita que sob o ponto de vista das questões editoriais o tablet está se tornando um concorrente das publicações impressas, e por outro lado a indústria gráfica tradicional está sofrendo com as gráficas rápidas. “Não é concorrência com todos os serviços, mas itens como cartões de visita, pequenos convites e catálogos com pequenas tiragens migraram das gráficas offsets para as gráficas digitais”.

Vendas
De acordo com o último levantamento divulgado Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) as vendas domésticas mantiveram a tendência de alta em novembro. Com isso, no período de janeiro a novembro de 2012, as vendas de papel cresceram 3,8% na comparação com o ano anterior. Para a celulose, o crescimento acumulado das vendas foi ainda maior: 6,5%, no ano.

Com relação à produção de celulose e papel, os volumes produzidos de janeiro a novembro permaneceram estáveis, frente ao mesmo período de 2011. A produção de celulose totalizou 12,7 milhões de toneladas, enquanto a de papel somou 9,3 milhões de toneladas. A receita de exportações apresentou recuo de 8,9% de janeiro a novembro, somando US$ 6,0 bilhões. No mesmo período de 2011, a receita de exportações totalizou US$ 6,6 bilhões.


Fonte: www20.opovo.com.br

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