O futuro é digital?



Homero Villela de A. Filho
Empresário do setor gráfico, é presidente-executivo da Pancrom, empresa especializada no mercado promocional, fundada há 60 anos no bairro do Cambuci, em São Paulo

Homero Villela de A. Filho
Imprimir é um bom negócio?
É. Não existe um negócio ruim, na verdade, todos os negócios são bons se você faz a coisa direitinho. Imprimir, para nós, é um bom negócio porque é o que sabemos fazer.
A internet é uma inimiga de quem vive do papel?
Não, claro que não. Ela é uma aliada. Nós usamos a internet numa série de etapas de produção, auxilia bastante as equipes de produção, de envio e recebimento de imagens, o que agiliza muito nossos processos, a comunicação com nossos clientes por e-mail, no orçamento, na divulgação da gráfica, com um bom site. Tudo isso não seria possível hoje sem a internet.
Por que investir tantos recursos num projeto como o do calendário?
A gente faz esse calendário há alguns anos e ele é uma maneira de homenagear nossos clientes, que são as agências de propaganda e as empresas. O espírito do calendário é ser um espaço onde o diretor de criação e o diretor de arte das agências mostrem as suas idéias em relação aos clientes.
Quais as dificuldades que a indústria gráfica precisa vencer?
Eu diria para você que, nos dias de hoje, a maior dificuldade para nós desse setor é o excesso de disponibilidade de equi-pa--mentos. Existe uma oferta muito grande de equipamento, máquinas com níveis de horas ociosas enormes, coisa de mais de 50%, que o mercado não consegue absorver, pois não existe procura, não se tem serviço para essas máquinas. O parque gráfico brasileiro é muito maior do que a necessidade existente hoje no País. A solução seria a economia crescer para que esse parque pudesse ser utilizado de maneira mais adequada.
O futuro é digital?
Acredito que o mundo atual já é digital. E a tendência é essa situação aumentar. É claro que não estamos numa fase onde tudo é digital, mas deve crescer ainda mais o uso dessa tecnologia. Veja um exemplo prático: há dez anos, tínhamos o fotolito, hoje ele está sendo substituído gradativamente pelo CtP, que é digital.
Você prefere trabalhar com promocional ou editorial?
Nós fazemos os dois, e ambos têm vantagens e desvantagens. No editorial é possível ter prazos mais determinados, é um fluxo de trabalho mais bem organizado. Já o promocional, você trabalha com mais agilidade, mais rapidez, por isso não dá para se planejar antecipadamente. Isso é uma desvantagem Quando você pega um livro para fazer, ele tem todas as fases de produção que podem fluir normalmente, com tranqüilidade. Quando você pega uma campanha promocional de hoje para amanhã, tem que correr para entregar no prazo ou perder o cliente.
E a Revista da Pancrom, qual o objetivo desse produto?
A Revista da Pancrom acabou se tornando um portfólio nosso. Colocamos nela as últimas tecnologias existentes, e ela é distribuída para todos os nossos clientes, que quando recebem a revista podem visualizar melhor, enxergar na prática, todas as tecnologias de ponta que implantamos na gráfica. Ela é o ca-tálogo de referência do nosso trabalho. A revista não deixa de ser um reforço para nosso departamento comercial, é verdade, mas esse não é seu único objetivo. Ela é uma ferramenta importante para a divulgação do que podemos fazer.
Planejar é preciso?
Sem dúvida. É necessário pois é a única maneira de realizar o trabalho da maneira correta. Tem muita gráfica que trabalha mais na aventura, mas não é o nosso estilo.
Por que não terceirizar?
Nosso modelo de trabalho foi montado para garantir o máximo de qualidade e prazo para os nossos clientes. Não podemos correr riscos com nenhum dos dois. A gente já terceirizou no passado, tivemos alguns problemas, verticalizamos novamente. Nunca perdi um cliente por causa desses problemas, mas eles acabaram reforçando a ideia de verticalizar a empresa.
Como será o futuro do setor gráfico?
Acredito que ele vai ser muito dependente do futuro do resto da economia do Brasil. Não tenho uma bola de cristal para prever como vai ficar o País nos próximos anos, mas o que acontecer por aqui vai repercutir não só na indústria gráfica como também em outros setores de produção e serviços. Tudo está globalizado.

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